Tuesday, October 19, 2004

SAUDADE

No silêncio das noites estreladas,
na solidão das trevas, eu perscruto
a voz que triste, sossegado, escuto
na língua misteriosa das ramadas...

Na beleza das noites enluaradas,
quando o espaço perdendo o negro luto
banha-se em prata, e o seu semblante hirsuto
desfaz-se em gazes tênues nas quebradas,



é que eu procuro ser feliz um pouco...
Talvez, quem sabe, eu seja um grande louco,
- não sei se de mentira ou de verdade...

De uma cousa, porém, creio, estou certo:
- é que eu quisera ver, de mim, bem perto
o alguém que me põe louco de saudade!...

JG de Araujo Jorge

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